Dexter DVD
Dexter

Biografia

 

A música sempre fez parte de sua vida. Desde muito pequeno escutava o rádio que sua mãe ligava todas as manhãs e as influências musicais já cruzavam o seu caminho.

 

Marcos Fernandes de Omena, nascido na cidade de São Paulo no dia 17 de agosto de 1973, aos treze dias de vida foi adotado por Dona Marina Maria de Omena, viúva, mãe de duas meninas, que sonhava em ter um filho homem. Desde cedo, sempre soube de sua história de adoção.

 

Cresceu ao lado de suas duas irmãs. Uma infância feliz na favela do Calux, em São Bernardo do Campo (Grande SP), rodeado de amigos e das tradicionais brincadeiras infantis, como bolinha de gude, pipa, pião e futebol. Ainda na juventude, conheceu seus 11 irmãos por parte dos pais biológicos.

 

Como a maioria dos jovens, Marcos tinha uma relação muito difícil com sua mãe. Estava descobrindo a vida, e a educação muito rígida de Dona Marina era inaceitável para o adolescente rebelde. Anos depois, Marcos compreenderia que era apenas uma forma, conhecida por esta Alagoana, de educá-lo e privá-lo dos perigos do mundo. Ainda adolescente, decide morar com Tia Dorinha, esposa de seu pai biológico, e ao lado dos irmãos começa, na década de 90, uma nova fase de descobertas.

 

Os bailes eram o único atrativo que havia na favela Calux.  A “sedinha” e outros “rolês” eram a sua maior diversão e foi assim que Marcos, com 17 anos, começou a conhecer e vivenciar o rap. Nesse mergulho em seu novo mundo soube que queria fazer música – rap. Conheceu o grupo Racionais MC’s e, a partir daí, teve a certeza de seu caminho.

 

Em 1990, Marcos criou o Snake Boys, seu primeiro grupo de rap ao lado do primo Romildo e do DJ Fernando, sendo a primeira formação. Posteriormente, o DJ Dely e Al – X formaram uma nova trinca, com muitos convites de shows, ficando conhecidos na região do ABC paulista.

 

Em 1991, Marcos Fernandes Omena adotou o apelido de Dexter. Ao ler a biografia de Martin Luther King, viu que Dexter era o nome de um dos filhos do líder do movimento negro nos EUA e que significava destro, ligeiro, esperto e sagaz. Usar essa alcunha era, para ele, uma forma de homenagear uma das grandes referencias que tinha, além de acreditar que este seria um forte nome artístico.

 

Em 1993, o Snake Boys foi convidado para participar da coletânea Projeto Rap Brasil Volume 1, com a música “Animais Irracionais”, uma letra que falava sobre o massacre do Carandiru e questionava a ação da polícia. Naquele mesmo ano, o grupo adota o nome de Tribunal Popular, com o objetivo de focar mais nas questões sociais de nosso país. A ideia era criar um grupo que seria como um “tribunal do povo”, sendo a voz de quem não tinha voz. O grupo assume, então, uma nova formação com Bad e DJ Lord. E gravam o primeiro disco “Xeque… mas não Mate”, com participação e produção de Edi Rock e Mano Brown.

 

O período de 1994 a 1998 foi de muitos sonhos e desejos, em meio a dificuldades de fazer música, ganhar dinheiro, pagar estúdio e criar um novo trabalho. Dexter tenta chegar ao que deseja por caminhos mais fáceis, que o conduzem a uma nova realidade. No dia 28 de Janeiro de 1998, segue para o exílio.

 

Começa aí uma nova realidade, que não o impediu de continuar seu sonho. Dentro do presídio Dexter conhece o Projeto Talentos Aprisionados, elaborado por Sophia Bizilliat, por meio do qual pôde mostrar seu trabalho com as músicas “Saudades Mil” e “Oitavo Anjo”.

 

Surge, então, o grupo 509E, batizado com os números e letra que identificavam a cela onde viviam Dexter e outro integrante do grupo. Dexter, através de seus contatos, organiza um time de produtores que viabiliza o primeiro CD do grupo, Provérbios 13.

 

Ao lado de Mano Brown, Edi Rock, DJ Hum, Mv Bill, Dj Luciano, DJ Zé Gonzáles e outros amigos , o primeiro CD do 509E é produzido e ultrapassa a marca de 500 mil cópias vendidas.

 

No ano de 2000, o trabalho é reconhecido por meio de vários prêmios, tais como o de “Grupo Revelação do ano” no Prêmio Hutúz – RJ , e o de “Melhor Clipe”, com a música “Só os fortes sobrevivem”, produzido por Mauricio Eça, no Programa Mundo Clipper, da apresentadora Drica Lopes.

 

Após esse primeiro trabalho, o 509E lança seu segundo e último álbum, intitulado MMII DC (2002 Depois de Cristo).

 

Em 2005, Dexter lança seu primeiro trabalho solo: Exilado Sim, Preso Não. O novo CD traduz um momento único em sua carreira, que traz reconhecimento ao seu trabalho e o leva a receber várias premiações, dentre elas o de “Melhor Álbum do Ano”, concedido pelo prêmio Hutúz RJ e de melhor música, pelo HIP Hop Top SP, com a letra Fênix.

 

O show de gravação do primeiro CD, e DVD, acontece em 2009, “Dexter & Convidados”, ao vivo na quadra da escola de samba Unidos do Peruche. O show teve participações de GOG, Edi Rock, Thaíde, Fernandinho Beat Box, Mano Brown e Paula Lima. O lançamento do CD foi feito em 2010 e um ano depois aconteceu o lançamento do DVD.

 

Dexter, na época, encontrava-se em regime semiaberto na Penitenciaria José Parada Neto, em Guarulhos, e desenvolvia o projeto social “Como Vai Meu Mundo” ao lado do seu amigo Eduardo Bustamante e do Juiz Jaime Garcia dos Santos Junior, Titular da Vara de Execuções criminais de Guarulhos.

 

Ainda em 2011, Dexter conquista sua liberdade e se envolve inteiramente com seu trabalho. Nessa nova fase, participa de vários shows pelo Brasil.

 

Em parceria com a Real Filmes grava seu segundo DVD “Dexter & Convidados”, no ano de 2012 (disponibilizado apenas na internet). Além disso, foi um dos protagonistas da volta do rap aos palcos principais da Virada Cultural, quando se apresentou na Praça da República ao lado da Banda Oitavo Anjo. Neste mesmo ano, fez o encerramento do Encontro Paulista de Hip Hop, importante evento do segmento, realizado no Memorial da América Latina.

 

Em 2013 aconteceu o show e gravação do terceiro DVD da série “Dexter & Convidados”, com o subtítulo “A Liberdade não tem preço”. O rapper comemorou, além de 2 anos de liberdade, uma fase de ascensão em sua carreira.

 

No mesmo ano Dexter participou de discos e gravações de outros ícones do rap nacional. Uma dessas participações foi no álbum solo do rapper Edi Rock (Racionais MC’s), na música “Liberdade não tem preço”. Também participou da gravação de uma música inédita do rapper Sabotage, que será lançada em uma coletânea póstuma.

 

Foi convidado a fazer parte dos videoclipes das músicas “Auto-Reverse”, do grupo O Rappa e “Mil faces de um homem leal” (Marighella) dos Racionais MC’s.

 

Teve a sua primeira experiência internacional, ainda em 2013, quando viajou para a cidade do Porto, em Portugal, e se apresentou na Casa das Artes da Cidade de Arcos de Valdevez, no 6° Ciclo de Teatro Brasileiro; no Teatro Municipal de Constantino Nery, em Matosinhos (grande Porto) e no Auditório Municipal de Vieira do Minho, em um musical. Além disso, esteve em Lisboa, realizando um show na Amadora.

 

Em 2014 Dexter lança a música “Campo Minado”, com o rapper MV Bill. O título da música também dá nome a um inédito e ousado projeto, que promove o encontro dos dois rappers no mesmo palco.

 

A convite da ESPN compôs, em parceria com o rapper Gregory, o tema de abertura para o NBA Global Games Rio 2014. As rimas afiadas originaram um clipe, que foi chamada oficial do canal para o evento.

 

Em 2015 Dexter inaugura sua produtora, a 8º Anjo Produções Fonográficas, e inicia o processo de finalização do seu segundo álbum solo e terceiro na carreira – “Flor de Lótus”.

 

O disco foi lançado em Agosto de 2016,  com algumas músicas já conhecidas pelo público como: “Eu Amo Você”, em homenagem a sua mãe, “O destino do réu” que fala de sua liberdade e também músicas novas com participações de vários artistas da música brasileira assim como: Péricles e Ed Motta.

 

Um apaixonado pela vida, pelo hip hop e pela música. Um lutador que acredita no poder transformador do rap, para si e para os outros. Um determinado, que em 1991 já sabia que faria jus ao significado de correto, direito, sagaz, esperto e ligeiro.

 

Este é Dexter.

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